São Paulo (SP) – Na última sexta-feira (13.04), Ubiratan Guimarães, 1º Tabelião de Notas e Protesto de
Barueri, recebeu o Título de Cidadão Paulistano, na Câmara Municipal de São Paulo (SP). A iniciativa da
homenagem foi do ex-ministro Antônio Carlos Rodrigues e conduzida pelo vereador Isac Felix.
Segundo Ubiratan Guimarães, é difícil traduzir a importância de receber um Título como esse. “Quando
Caetano Veloso falou: ‘alguma coisa acontece no meu coração’, naquela música Sampa, realmente acho que
ele traduzia a dificuldade que é trazer para as palavras esse sentimento. E hoje, receber o Título de
Cidadão Paulistano, ou seja, ser reconhecido como filho dessa cidade, traz uma satisfação muito grande.
Estou muito feliz mesmo”.
De acordo com o tabelião, as honrarias passam, mas traz uma responsabilidade maior. “Acho que quando
você é adotado por uma cidade, na mesma medida você tem a responsabilidade de se doar como filho dessa
cidade. Então passo a sentir a responsabilidade maior de agir como um paulistano nato. Um filho adotivo
é um filho que é escolhido pelos representantes dessa cidade. Então a minha responsabilidade passa a ser
grande, como um cidadão agora da cidade de São Paulo”.
Solenidade
O desembargador Ricardo Henry Marques Dip foi convidado a discursar sobre a importância de Ubiratan
Guimarães receber a honraria. “Quero confessar e agradecer a honra de poder aqui testemunhar
publicamente, a honra dessa cidade de São Paulo, em que nasci, honra que ela própria também se concede,
por seus representantes nessa emérita casa legislativa em conferir ao tabelião Ubiratan Guimarães a
honra de ser paulistano”.
De acordo com o desembargador, o Título Cidadão Paulistano é uma honra tanto para Ubiratan Guimarães
como para a cidade. “Para ele, porque ser cidadão paulistano é recolher toda uma tradição, que esta
capital maravilhosa, que é o estado da Revolução de 1932, a legitimidade daquele 9 de julho que trouxe
tanta tradição dos bandeirantes. Possa nesse momento receber esse galardão aqui, se eu não tivesse
nascido na cidade de São Paulo, ficaria feliz se alguém me chamasse para receber o Título de Cidadão
Paulistano. E, para a cidade de São Paulo, é também uma honra receber um homem do quilate dele, alguém
cuja a dedicação ao bem comum e a dedicação aos outros tenham sido uma característica de toda a sua
trajetória, não só profissional, mas também sua trajetória familiar e com os amigos, e está
permanentemente dedicado a ajudar os outros”.
O ex-ministro Antônio Carlos Rodrigues foi convidado a fazer as suas considerações. “Estamos aqui
reunidos nessa sessão solene convocada para a entrega de Título de Cidadão Paulistano ao Dr. Ubiratan
Guimarães. Trata-se de uma justa homenagem a uma pessoa que tem prestado relevantes serviços à cidade de
São Paulo e aos seus moradores. Nascido em Taiúva, comarca de Ribeirão Preto (SP), aos 14 anos de idade
deu início a sua carreira profissional, como auxiliar do 1º Cartório de Notas de Ofício da Comarca de
Jaboticabal”.
Antônio Carlos Rodrigues relatou que anos depois, o Dr. Ubiratan Guimarães foi escrivão interino do
mesmo cartório. Em abril de 1998, foi indicado pela Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo
para responder pela delegação do 16° Tabelião de Notas da capital paulista, onde sua atuação só cresceu.
Atualmente, é titular do 1º Tabelião de Notas e Protestos de Letras e Títulos na Comarca de Barueri
(SP), com sede em Alphaville. “Como todos podem observar, ele merece a nossa admiração e o
reconhecimento dos moradores da nossa cidade. Sinto-me honrado em conceder ao Dr. Ubiratan o Título de
Cidadão Paulistano”.
Em seguida, o vereador Isac Felix proferiu a suas palavras ao Dr. Ubiratan Guimarães. “Para mim é uma
honra poder participar dessa entrega de Título Cidadão Paulistano. Não só a cidade de São Paulo, mas o
Estado, o nosso País, precisa de cidadãos como o Dr. Ubiratan, que tem uma vida de trabalho prestado a
nossa cidade, a sua cidade Jaboticabal e ao Brasil. Tudo se inicia no cartório, nós passamos a ser
reconhecidos no cartório. E quantos já adquiriram imóveis? Carros? Fizeram negócios? Se não for
registrado no cartório, se não tiver um carimbo, não tem validade. E o Dr. Ubiratan, quis o destino que
ele cuidasse de vidas. Não só dos seus familiares, mas de pessoas que passaram pela sua vida, pela sua
história e que irão falar: ‘aquele senhor, eu fui no cartório, ele me atendeu com toda educação, foi
simpático e resolveu um grande problema que estava acontecendo na minha vida, na minha família ou nos
meus negócios’. Quero parabenizar o senhor”.
O ex-ministro Antônio Carlos Rodrigues e o vereador Isac Felix entregaram o Título de Cidadão Paulistano
à Ubiratan Guimarães. A esposa Heloisa Guimarães e a filha Natália Guimarães, receberam flores das mãos
de Cristina Sanches, esposa do vereador.
Após receber o título, o presidente da Academia Notarial Brasileira, e o mais novo cidadão paulistano,
realizou seu pronunciamento. Confira o discurso na íntegra:
“Boa noite a todos,
Excelentíssimo ministro Antônio Carlos Rodrigues em nome de quem peço licença para saudar a todas as
autoridades presentes.
Excelentíssimo desembargador Ricardo Henry Marques Dip, meu dileto amigo, em cujo nome peço vênia para
saudar aos integrantes do Poder Judiciário, que muito me honram com suas presenças.
Excelentíssimo vereador Isac Felix, em cujo nome agradeço a todos os integrantes desta Casa pela
distinta homenagem que me concedem.
Ilustríssimo presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo, Andrey Guimarães Duarte, em
nome de quem cumprimento a todos meus colegas notários e registradores.
Amigos, muito obrigado pela presença de todos vocês.
É com grande honra que recebo o Título de Cidadão Paulistano, outorgado por esta ilustre Câmara
Municipal, berço da paulistanidade, Casa do Povo, povo com o qual aprendi a conviver, respeitar, servir
e admirar nestes quase 30 anos de relacionamento contínuo com esta que é uma das maiores metrópoles do
mundo.
Agradeço primeiramente a Deus, por minha existência e pela ventura de estar aqui; sou grato pela
receptividade dos amigos paulistanos, colegas de profissão, membros dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, todos essenciais nesta trajetória percorrida, que nesta noite encontra um de seus momentos
de ápice.
Meu reconhecimento ao notariado, profissão que escolhi para minha vida, na qual estou há mais de 40
anos, podendo olhar para trás e ver refletida uma existência de devoção aos compromissos que assumi de
dedicar-me às comunidades que servi: Taiúva, minha cidade natal; Jaboticabal, que me adotou anos atrás;
Barueri, onde atualmente exerço seu mister e a querida cidade de São Paulo, que hoje me adota como seu
mais novo filho.
A profissão notarial, literalmente uma profissão de fé, é às vezes mal compreendida, estigmatizada por
alguns; porém, é fundamental para imprimir fé pública, autenticidade, eficácia e segurança aos atos e
negócios jurídicos – pessoais ou patrimoniais – de toda a sociedade brasileira, e hoje, particularmente,
me permito falar aos paulistanos; o exercício dessa minha profissão é a razão de eu estar aqui nesta
noite. A ela rendo minha mais elevada homenagem.
Permito-me, meus queridos amigos, recordar a primeira vez que me aventurei na direção de um fusca/75 –
isso no início dos anos 80 do século passado – a percorrer as ruas desta metrópole. Imaginem o
cruzamento da Rua Brigadeiro Luiz Antônio com Avenida Paulista. Sinal fechado e eu – assustado – com o
fusca parado no centro do cruzamento ouvindo os maiores elogios dos motoristas que passavam em ambos os
sentidos. Do que me lembro, o que mais ouvia era “Vai caipira” … E foi assim que comecei a compreender o
que é viver por aqui.
Quisera eu – estimados amigos – possuir a verve do quilate do príncipe dos poetas, que – aliás – tem
Paulo no nome, para ser Paulo Bomfim; talvez pudesse – então – traduzir o que acontece no meu coração.
Poderia, quem sabe, “caetanear” (diga-se, com as reservas que os tempos atuais requerem), poderia
“djavanear” e – por que não – “adoniranear”. Mas quis o criador que eu fosse um simples escriba, um
decifrador de vontades para dar forma jurídica aos negócios, aos “causos” que me são contados. E assim
vou seguindo meu caminho.
Quisera eu possuir a cultura e erudição do meu mestre e orientador – desembargador Ricardo Dip – para
poder premiá-los com uma oratória, digna dos que hoje me honram com suas presenças aqui, mas – como um
simples tabelião de aldeia que sou – abro aqui o meu coração para dizer-lhes com sinceridade do meu
sentimento de gratidão.
Encerro minha fala, pois, exaltando um agradecimento muito especial a meus colaboradores, os colegas,
amigos do Cartório de Barueri, que muito me honram pela presença aqui, sem os quais minha caminhada
seria muito mais difícil. E homenageio a todos na pessoa do meu amado irmão e substituto Uberdan
Guimarães;
Por fim, meu preito de gratidão à família, minha amada esposa Heloisa e meus filhos Natália e Felipe,
que são o maior orgulho, verdadeiro tesouro e razão da minha vida.
Muito obrigado a todos”.
Título Cidadão Paulistano
O Título de Cidadão Paulistano é entregue a pessoas nascidas em outras cidades. O Regimento Interno
prevê que cada vereador tem direito a conceder oito honrarias por legislatura – incluindo aí, além do
Título, a Salva de Prata, a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo. A concessão
de títulos honoríficos é feita por meio de decreto legislativo, aprovado por dois terços dos vereadores.
Fonte: Assessoria de Imprensa